Você está visualizando atualmente Rota das Emoções / NE

Rota das Emoções / NE

Após 8 anos sem uma viagem de férias surgiu a oportunidade de tirar 10 dias de folga junto com minha namorada. Depois de analisar algumas opções, decidimos conhecer Jericoacoara, no Ceará.

O planejamento começou com a hospedagem. Uma vizinha minha está trabalhando em parceria com uma pousada em Jijoca, município da vila de Jericoacoara. Mas ficar uma semana em um só lugar não faz meu perfil então, na busca pelo aluguel de um 4×4 para conhecer a região, encontrei uma empresa que faz a Rota das Emoções – um passeio fora de estrada pelas principais praias do nordeste.

Originalmente, o roteiro completo é de 25 dias de Natal / RN a São Luis / MA. Como não tínhamos todo esse tempo, a Natur Turismo prontamente ajustou o roteiro para nossa possibilidade.

O resultado foram 8 dias de uma viagem inesquecível.

Dia 01 – 21/04

Saímos de Curitiba (PR) às 14h rumo a Fortaleza (CE). Depois de uma breve parada em São Paulo (SP), o Sol nos proporcionou uma bela paisagem. Pousamos em nosso destino por volta das 20h.

Devidamente instalados no Hotel Praia Mansa, na Praia de Meireles, saímos para jantar no Boi Preto (com a melhor picanha que já comi) e aproveitamos para conhecer uma feira de artesanato à beira mar. Depois cama, pois a viagem é longa.

Dia 02 – 22/04

08h da manhã o Sr. Olívio, da Natur Turismo, já nos aguardava na recepção do hotel, onde fomos apresentados ao seu Hyundai Terracan – o veículo off road mais confortável que já andei.

Logo após um ótimo café da manhã de hotel partimos debaixo de chuva. Pois é… já ouvi dizer que não chove no NE, mas chove sim. E bastante!
Seguimos boa parte do trecho pela areia conhecendo as belas praias do Ceará, passamos pelo Porto de Pecém e alguns hotéis e pousadas maravilhosas da região. Felizmente parou de chover e pudemos interagir com a paisagem!

Na hora do almoço, o esquema não é ter vista para o mar. É almoçar na praia! Depois de resolver o problema da fome seguimos viagem.

A primeira curiosidade veio com um rio muito fundo, onde é necessário passar por uma balsa (que só leva o nome de balsa, pois mal cabia o carro). A sequência do trajeto foi pela praia, que nessa região deve ter uns 100m de faixa de areia, até uma segunda travessia de balsa. Para nossa surpresa, nessa o Sr. Olivio não aguardou o retorno da balsa… foi por dentro d’água mesmo!

Conhecemos um coqueiro deitado e a praia da Baleia até chegar na Pousada Portugal, em Jijoca, onde a Vera e a srª Beatriz nos receberam maravilhosamente bem.

Dia 03 – 23/04

É curioso como amanhece cedo no NE, e nesse dia o pessoal da pousada providenciou uma caminhonete para nos levar aos locais mais interessantes de Jericoacoara.

A primeira parada foi a Lagoa do Coração (nome dado pela sua forma natural de coração). Depois de uma pequena atolada, seguimos para a Lagoa Azul. Essa sim é digna do CE, com água morna e tudo. Pegamos uma balsa para chegar a uma pequena ilha no centro da lagoa onde funciona um bar/restaurante com mesas dentro d’água. Pausa para um sorvete.

A próxima parada foi já em Jericoacoara, onde seguimos direto para o Parque Nacional de Jericoacoara, onde os caminhos são bem demarcados para que não andemos em áreas preservadas. Passamos pela árvore da preguiça e algumas cabanas até chegar à Pedra Furada (ponto mais famoso do parque).

Depois de uma caminhada, seguimos para a Vila de Jeri, que me impressionou por manter as características de pequena vila, apesar de ser um ponto turístico de grande visitação. O caminho de volta foi pelas dunas do parque, proporcionando uma bela aventura a motor.

Dia 04 – 24/04

O quarto dia de viagem foi novamente conduzido pela Natur. Saímos de Jericoacoara e enfrentamos uma nova balsa, mas essa, apesar de movida a rapadura, tinha o dobro da capacidade.

Seguimos para a curiosa praia de Mangue Seco, Tatajuba Velha (que foi engolida pela areia) e Tatajuba Nova onde ouvimos as histórias da Dona Delmira. Mais uma balsa e começou um passeio pelas dunas, que nos brindou com uma bela vista e um pneu furado. Mas foi ótimo ver o macaco inflável do Sr. Olivio em ação. Pneu trocado seguimos para a Lagoa da Torta almoçar no Carnaubar.

Carnaubar é um caso à parte. Todo construído nas árvores de carnaúba, o Carnaubar é um caso à parte. Foi o primeiro lugar que eu realmente não quis ir embora. O proprietário construiu sua casa literalmente na árvore e está construindo outras pequenas casas no alto das árvores para servir a possíveis hospedes.

Depois de almoçar muito bem, passamos pela Duna da Ilha do Amor, onde aprendemos que passeio com emoção não é apenhas de Buggy. Mais uma balsa para chegar em Camocim, alguns km de estrada e chegamos em Barra Grande, onde pernoitamos na Pousada BGK. Na janta aprendemos a comer pizza de “luvinha” – uma curiosidade da região.

Dia 05 – 25/04

Nesse dia mudamos o tipo de transporte. Deixamos de lado a poluição e seguimos de charrete por 3km até pegar uma canoa que nos levou para conhecer o Ninhal das Garças antes de nos deixar em Parnaíba, já no Piauí, onde deixamos as malas no Hotel Pousada dos Ventos e seguimos para um passeio de lancha no Delta do Parnaíba.

Na hora do almoço paramos no Restaurante Casa de Caboclo, onde pudemos comer um Peixe à Delícia no Maranhão com vista para o Piauí.
Estômago cheio, seguimos mais adiante até uma ilha de areia. Atracamos pelo rio e caminhamos até o mar. Aquela sim é uma praia particular. Não havia uma viva alma no local.

De volta a Parnaíba, seguimos de carro até a praia da Pedra do Sal. O lugar é muito legal e fica ainda melhor com as explicações do José Roberto, da Natur. Mais tarde, depois de um bom banho, ele e a Carina nos levaram para jantar na Belle Itália, onde descobrimos um amigo em comum. Ô mundo pequeno!

Dia 06 – 26/04

O sexto dia começou cedo. 8h da manhã seguimos de carro até Tutóia, passando por Cana Brava e Barro Duro, onde pegamos um 4×4 para seguir pelos Pequenos Lençóis Maranhenses, passando pelo Oásis do Rio Novo, até a praia de Caburé, às margens do Rio Preguiça, no Maranhão.

Para não perder o costume, almoçamos muito bem em uma pousada na beira do rio. Enquanto aguardávamos uma lancha para nos levar a Barreirinhas (MA), caiu um temporal na região e tivemos que aguardar para seguir viagem.

Já no Rio Preguiça, paramos para conhecer o Farol da Preguiça, na Ilha de Mandacaru, construído em 1.809, e apreciar a vista do alto de seus 35m de altura. De volta ao barco, passamos por Vassouras, mas a chuva nos fez seguir direto para cidade, para descansar na Pousada do Rio.

Dia 07 – 27/04

Chegamos no Buteco Teco ( no aeroporto local) para um sobrevoo nos Lençóis Maranhenses. Aí sim pudemos ter noção de quanto significa 150.000 hectares. Nem do alto dá pra ver o fim…

Depois de babar bastante lá do alto, fomos conhecer os Lençóis por terra a bordo de uma Jardineira Toyota Bandeirante 4×4. Confesso: achei que seria mais desconfortável. Após uma pequena trilha chegamos aos Lençóis onde o passeio passou a ser a pé.

Caminhamos até a Lagoa da Preguiça onde pudemos tomar um banho de água cristalina e sentir muita “preguiça”… mas continuamos a caminhada até a Lagoa Esmeralda e depois Lagoa Azul, onde deu tempo para mais um banho, pois o nosso grupo optou por não caminhar 28km até a Lagoa do Peixe. Na volta passamos pela Lagoa da Paz até chegar de volta ao 4×4 e retornar à Barreirinhas para o Almoço.

Mal chegamos na pousada, o carro que nos levaria a São Luis (MA) já aguardava. Deu tempo de comer um Filé com fritas (carne vermelha finalmente) e viajar 3h de carro até a capital do estado.

Na chegada, como já eram 7h da noite e o trânsito estava um caos, optamos por ir direto para o aeroporto aguardar nosso vôo, que partiria 3h da manhã, cancelando nosso passeio por São Luís.

Dia 08 – 28/04

Sem dormir, ainda no aeroporto, decolamos às 3h da manhã para uma escala no Rio de Janeiro e depois de volta a Curitiba, onde finalmente pudemos dormir o dia inteiro.

Conhecer o nordeste foi uma experiência incrível, principalmente pela possibilidade de mesclar o turismo tradicional com o turismo off road. Aquela região parece um outro país, principalmente pelo clima, que mesmo em dia de chuva, deixa a vida é mais colorida.

Agradecemos À Natur Turismo (Sr. Olívio, Carina e José Roberto) pela dedicação, hospitalidade e competência na organização da nossa viagem.

Fotos

Deixe um comentário